Lide: Trirriense, Gabriel Magregs viveu cinco meses na China (jun–nov/2024) dedicado 24 horas ao MMA. De volta a Três Rios, compartilha aprendizados, retoma a rotina de treinos e segue em busca de evolução no esporte que abraçou desde a adolescência.
O sonho realizado
“Ficar lá vivendo do MMA foi um sonho realizado.” — Gabriel Magregs
Aos 28 anos, Gabriel de Castro Freitas da Silva, o Gabriel Magregs, aceitou o convite para treinar e lutar MMA na China. No período, participou de eventos como o WLF e a Chinese MMA Super League.
A recepção misturou curiosidade e carinho: “O atleta é tratado como uma celebridade lá”, conta. A rotina era rígida: três treinos diários — manhã, tarde e noite.
Da ATS ao octógono
O primeiro contato com as lutas foi aos 8 anos, no taekwondo (academia ATS). Depois de uma pausa — com futebol e basquete no meio do caminho —, voltou às artes marciais aos 16, com muay thai e luta livre. Somou boxe, jiu‑jitsu e capoeira, competiu no Brasil e fez uma luta no Peru.
Entre obstáculos, veio a cirurgia no joelho e um ano parado. Na retomada, trabalhava vendendo doces e descarregando caminhão quando surgiu o convite para a China — aceito sem hesitar.
Vitórias, derrotas e lições
Na sequência de eventos, houve de tudo — inclusive superação.
“Ganhei a última luta, mas foi a mais difícil. Lutei uma categoria acima, tomei um chute forte na costela e precisei respirar para continuar. Quando joguei o cara para baixo, vi que minha experiência seria importante.”
Também vieram aprendizados com a derrota:
“Vi que tenho que aperfeiçoar o tempo de entrada de golpe. Minhas mãos, meu boxe. Os caras usam muita finta. Já tenho treinado e evoluído.”
Cultura e conexões
Entre treinos e lutas, experiências únicas: visita à Muralha da China, novos sabores — arroz (que não comia no Brasil) e grilo — e amizades com lutadores do mundo todo.
Família no corner
“Ficar longe da minha família foi um castigo. Ligava todos os dias por vídeo para ver meu filho.”
De volta a Três Rios, Gabriel segue treinando e aguarda novas oportunidades. A possibilidade de retornar à China existe, mas o foco agora é evoluir em casa.
Meninos do Brooklyn
Além da própria carreira, Gabriel mantém, há três anos, o projeto social Meninos do Brooklyn, com aulas gratuitas de lutas para 12 crianças e jovens — na própria casa. O sustento vem da venda de doces e de algumas aulas particulares.
“Saí de um projeto social e quero dar oportunidade para que essas crianças descubram o esporte e até onde podem chegar.”
Para guardar: cinco meses de imersão na China; rotina de três treinos por dia; vitória em categoria acima; lições no boxe e no timing; projeto social Meninos do Brooklyn ativo em Três Rios.