Fraude no Enamed: Operação R1 Desvenda Esquema Tecnológico e Prende Oito Suspeitos em Juiz de Fora

Uma operação da Polícia Federal em Juiz de Fora desvendou um esquema sofisticado de fraude no Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), resultando em oito prisões.
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Um escândalo agitou o mundo da medicina em Juiz de Fora (MG). A Polícia Federal, em uma ação conjunta com o Ministério Público Federal, desmantelou um esquema complexo de fraude no Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), resultando na prisão de oito pessoas na Operação R1.

Prisões e Liberdades Provisórias

No último domingo, a operação culminou na detenção de três médicos e outras cinco pessoas envolvidas na tentativa de fraude. Contudo, a Justiça acatou o pedido do Ministério Público Federal e determinou a soltura dos três médicos. Para isso, cada um pagou uma fiança equivalente a 50 salários mínimos, aproximadamente R$ 76 mil, e agora responderão ao processo em liberdade.

Os outros cinco indivíduos, contudo, tiveram suas prisões em flagrante convertidas para preventivas, permanecendo detidos. A Polícia Federal optou por não divulgar os nomes dos envolvidos.

O Enamed: Garantindo a Qualidade Médica

Antes de entender a fraude, é crucial saber o que é o Enamed. Aplicado pelo Inep, este exame avalia a formação dos estudantes de Medicina no Brasil, alinhado às Diretrizes Curriculares Nacionais. Ele serve para aferir a qualidade do ensino e, muitas vezes, é uma etapa classificatória para o Enare, o processo seletivo nacional de residência médica, buscando transparência e excelência no ingresso à especialização.

Como Funcionava o Esquema: Tecnologia a Serviço da Fraude

A Polícia Federal detalhou um modus operandi bem orquestrado, focado na transmissão eletrônica de gabaritos e na falsificação de documentos.

Tática do Banheiro

A principal tática envolvia o uso de tecnologia. Candidatos utilizavam minicelulares ou smartwatches escondidos. Durante idas estratégicas ao banheiro, eles recebiam as respostas das questões, anotavam o gabarito e retornavam às salas para preencher o cartão. Foi nesse momento que a fraude foi descoberta, e os equipamentos foram apreendidos.

Duas Frentes de Atuação

O grupo operava em duas frentes distintas, mas complementares:

  • Copiadores: Três pessoas se inscreveram no exame com documentos falsos. A missão delas era apenas copiar as questões. Após cerca de uma hora de prova, deixavam o local e se dirigiam a um hotel, onde resolveriam as perguntas com a ajuda de um médico, que ainda não foi localizado.
  • Transmissão: Do hotel, as respostas eram enviadas eletronicamente para os candidatos “verdadeiros” que permaneciam nas salas de prova em Juiz de Fora.
  • “Laranjas” na Prova: Em dois casos específicos, os candidatos reais nem sequer estavam presentes. Pessoas contratadas, usando documentos falsificados e transmissores, faziam a prova em seus lugares.
  • Beneficiados: Três médicos formados foram identificados como os principais beneficiários do esquema, buscando garantir vagas em programas de residência médica com resultados ilícitos.

Apoio e Reação das Instituições

A Operação R1 contou com a parceria do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ambos responsáveis pela aplicação do Enamed.

O Inep, em nota, reforçou seu compromisso em combater fraudes, atuando em conjunto com a PF e outras autoridades. A instituição garantiu que “todas as medidas necessárias foram tomadas para a proteção dos processos e a integridade da aplicação do Enamed”, que transcorreu com sucesso em todo o país, alcançando 92% dos mais de 96 mil inscritos.

Desdobramentos da Operação

As oito prisões se distribuíram da seguinte forma:

  • Cinco indivíduos (quatro homens e uma mulher) foram detidos no local de aplicação da prova.
  • Três pessoas foram presas em flagrante em um hotel de Juiz de Fora, enquanto realizavam a transmissão das respostas.

Além disso, um mandado de busca e apreensão foi cumprido na residência de um dos suspeitos, localizada no Rio de Janeiro. Todos os equipamentos apreendidos – incluindo celulares, relógios, pontos eletrônicos e documentos falsos – foram encaminhados para perícia técnica, a fim de subsidiar as investigações em curso.

Fonte da imagem: G1 Zona da Mata

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