A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está prestes a se destacar como um dos grandes nomes brasileiros na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30. O evento, que acontece em Belém (PA) de 10 a 21 de novembro, contará com a participação da instituição mineira com duas pesquisas de impacto global e o lançamento de um documentário imperdível.
Ciência Que Muda o Jogo
O professor Nathan Oliveira Barros, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFJF, será um dos representantes do Brasil, integrando a delegação do Ministério da Pesca e da Aquicultura. Membro do Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza, Barros levará quatro estudos inovadores sobre sustentabilidade e a mitigação das mudanças climáticas.
Desenvolvidas no Laboratório de Ecologia Aquática (LEA) da UFJF, as pesquisas são um marco internacional na produção sustentável de energia e alimentos. “A COP-30 é uma oportunidade de divulgar as pesquisas da Universidade, já reconhecidas na comunidade científica, mas que raramente temos a oportunidade de apresentar a um público responsável diretamente pelas tomadas de decisões. Isso pode atrair parcerias, aumentar nossa rede de contato e direcionar políticas públicas”, afirma o professor.
Tilápias e IA a Favor do Planeta
Entre os trabalhos apresentados, um dos mais surpreendentes revela que a criação de tilápias em sistemas de recirculação de água pode reduzir em até 80% a emissão de gases de efeito estufa, se comparada à produção de carne bovina. Além disso, o método consome 100 vezes menos área de terra e três vezes menos água por tonelada de proteína gerada. Um verdadeiro gol para o meio ambiente e a segurança alimentar!
Outro projeto que promete é o ‘Previsibilidade de Bacias’, coordenado pelo professor Celso Bandeira, do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária. Em parceria com a ArcelorMittal Longos Brasil, a iniciativa utiliza inteligência artificial e modelagem hidrológica para prever a disponibilidade hídrica e, assim, minimizar riscos industriais diante dos desafios climáticos.
‘Ecos de 92, do Rio à Belém’: Um Documentário Essencial
A COP30 será palco da exibição de ‘Ecos de 92, do Rio à Belém’, um documentário que promete emocionar e provocar reflexões. Dirigido por Renata Amorim e com produção executiva de Valéria Costemalle, o filme revisita a histórica Eco-92 (Rio-92), evento que deu origem às atuais COPs.
A produção, com apoio de pesquisadores da UFJF, estabelece um diálogo profundo entre os protagonistas daquela conferência e a nova geração do ativismo climático. O cientista Carlos Nobre, uma das maiores referências globais sobre a Amazônia e mudanças climáticas, é um dos entrevistados de peso. O documentário conta ainda com a participação de alunos e ex-alunos da UFJF, como Anna Leão, Sophia Bispo, Ana Flávia Quintanilha e Mateus Hipólito, simbolizando o futuro do legado ambiental brasileiro.
“O filme resgata a memória e o protagonismo do Brasil nas discussões globais, mostrando que ciência, arte e juventude podem caminhar juntas pela sustentabilidade”, destaca Costemalle.
Juventude e Ética Climática no Jardim Botânico
Antes do burburinho da conferência, o Jardim Botânico da UFJF foi cenário do Diálogo do Balanço Ético Global (BEG), uma iniciativa conectada à presidência da COP30. O encontro propôs uma reflexão profunda sobre a crise climática sob uma perspectiva ética, cultural e cidadã, unindo acordos internacionais à realidade local.
A proposta veio da jovem Luiza Vieira Caleia, de apenas 17 anos, representante da rede Latinas por el Clima. Luiza levará as demandas elaboradas em Juiz de Fora diretamente para os pavilhões da Juventude e da Cultura em Belém, mostrando que o futuro do planeta está nas mãos (e na voz) das novas gerações.
Fonte da imagem: G1 Zona da Mata