Durante as tempestades que castigam Juiz de Fora, Minas Gerais, uma cena inesperada tem roubado a atenção do caos: pequenos roedores em uma verdadeira luta pela vida! Além dos conhecidos alagamentos e prejuízos, a cidade agora coleciona flagras de ratos que, impulsionados pelo puro instinto de sobrevivência, se agarram ao que podem para não serem levados pela força da água.
O Flagrante Mais Recente: Um Herói Inusitado
O caso que mais repercutiu aconteceu na última segunda-feira (15). Um rato foi visto em um esforço heroico, agarrado firmemente a uma cadeira de bar na Avenida dos Andradas, região central da cidade. O registro, feito pelo fotógrafo Marcelo Ribeiro, mostra o animal tentando resistir à correnteza intensa, em uma imagem que viralizou rapidamente nas redes sociais.
Histórias de Superação (e Viralização)
Mas essa não é a primeira vez que os ratos de Juiz de Fora mostram sua resiliência e conquistam a internet. Em setembro de 2022, um roedor virou estrela ao se segurar em um poste durante outro temporal. Não muito tempo depois, em janeiro de 2023, a cena se repetiu de forma igualmente dramática, com outro rato “abraçando” o tronco de uma árvore para escapar da enxurrada. Puro instinto!
O Que a Ciência Explica?
Para entender esse comportamento, a Revista ON conversou com o veterinário Rômulo Castro, do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama. Segundo ele, essa é uma resposta direta ao forte instinto de sobrevivência dos animais. “Como qualquer animal, eles têm um forte instinto de sobrevivência. Em situações de aperto ou agonia, o objetivo é sobreviver”, explicou o especialista.
Rômulo ainda detalha que os ratos urbanos são verdadeiros mestres da sobrevivência nas cidades. Eles possuem uma força notável e uma incrível capacidade de se fixar em diferentes superfícies, o que explica os flagras durante os temporais. Além disso, são bons nadadores e conseguem percorrer grandes distâncias na água, atravessando até tubulações de esgoto sob pressão.
“Alguns se deslocam rastejando, enquanto outros conseguem andar por superfícies mais altas. Eles têm habilidade para agarrar obstáculos e se defender”, ressaltou o veterinário. Ele destaca que, apesar de toda essa agilidade, há limites: “Eles conseguem se segurar até um certo ponto, assim como acontece com os seres humanos. Se a força da água for maior do que a capacidade deles, acabam sendo levados. Os ratos têm boa agilidade, capacidade de manobra e destreza nas pernas e nas patas dianteiras. Com as unhas, eles conseguem fisgar e se agarrar a diferentes superfícies. Já vimos roedores se prendendo, por exemplo, às grades de gaiolas. É uma força real, envolvendo patas e unhas.”
Alerta à População: Cuidado Essencial
Embora as imagens possam despertar empatia, é crucial lembrar que ratos urbanos são potenciais transmissores de doenças graves. Rômulo Castro alerta que esses roedores são os principais veículos da leptospirose, uma infecção causada pela bactéria Leptospira, presente na urina dos animais. Em períodos de chuva e alagamentos, o risco de contaminação aumenta drasticamente.
“O contato dessa água com a pele pode causar infecção em seres humanos e, em casos mais graves, a doença pode levar à morte”, alertou o veterinário. Por isso, a Revista ON reforça as orientações:
- Evite qualquer contato com a água de alagamentos.
- Se precisar limpar áreas invadidas pela lama, use sempre luvas e botas de borracha.
- Nunca tente ajudar ou tocar em animais que estejam sendo arrastados pela correnteza; o risco de mordedura e contaminação é alto.
Fonte da imagem: G1 Zona da Mata