Adeus a Adenilde Petrina: Legado de Luta e Inspiração em Juiz de Fora

Morre em Juiz de Fora, aos 73 anos, Adenilde Petrina Bispo, professora, radialista e ícone do movimento negro e liderança comunitária.
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Luto em Juiz de Fora: Uma Voz se Cala, Um Legado Permanece

Juiz de Fora se despede de uma de suas grandes figuras. Nesta quinta-feira (30), aos 73 anos, faleceu Adenilde Petrina Bispo, uma mulher que dedicou sua vida ao ensino, à comunicação e, acima de tudo, à luta por uma sociedade mais justa. Professora, radialista e uma referência incontestável no movimento negro e na liderança comunitária, Adenilde deixa um vazio imenso, mas um legado inspirador.

A Trajetória de Uma Militante Incansável

Nos últimos anos, Adenilde se destacou com as ações do Coletivo Vozes da Rua, um projeto que levava formação e informação a jovens da periferia de Juiz de Fora, impulsionando a cultura negra e abrindo caminhos para novas gerações. A notícia de seu falecimento, confirmada à TV Integração pela Funalfa, pegou muitos de surpresa, embora Adenilde estivesse em tratamento contra um câncer de mama.

Despedida e Homenagens

O velório de Adenilde Petrina acontece nesta quinta-feira (30), a partir das 14h30, no Cemitério Parque da Saudade. O sepultamento está marcado para a manhã de sexta-feira (31), às 9h.

As redes sociais foram tomadas por mensagens de carinho e reconhecimento. A Prefeitura de Juiz de Fora, a Funalfa e o próprio Coletivo Vozes da Rua publicaram notas de pesar, reforçando a importância de Adenilde para a cidade e para o movimento social.

Uma Vida de Ensino e Ativismo

Nascida em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto, Adenilde Petrina chegou a Juiz de Fora aos 12 anos. Em 1970, quebrou barreiras ao ser a primeira de sua família a ingressar na faculdade, cursando Filosofia na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Sua paixão pela educação a levou a ser professora de História na rede municipal a partir de 1984, atuando em escolas de diferentes bairros até sua aposentadoria, em 2013. Além disso, dedicou muitos anos à Biblioteca da Igreja da Glória, contribuindo para o acesso à leitura na comunidade.

A Voz no Rádio e o Grito por Direitos

Entre 1997 e 2007, por uma década, Adenilde emprestou sua voz à rádio comunitária ‘Mega’, no Bairro Santa Cândida. Lá, abordava temas cruciais como acesso à saúde, saneamento básico, educação e transporte coletivo, sempre em defesa dos direitos sociais.

Após o fechamento da emissora, seu espírito de liderança a impulsionou a idealizar e coordenar o Coletivo Vozes da Rua, um espaço vital para a difusão da cultura negra e para a capacitação dos jovens da periferia de Juiz de Fora.

Reconhecimento Merecido

Em 2017, o legado de Adenilde foi coroado com o título de Doutora Honoris Causa, uma honraria concedida a personalidades que contribuem significativamente para o progresso da educação, ciências, letras ou artes. Sua trajetória também foi destaque no quadro ‘Fala, Comunidade’, que em agosto deste ano, contou sua inspiradora história de vida.

Fonte da imagem: G1 Zona da Mata

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