O Veredito da Justiça

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) proferiu uma sentença contra Rosângelo José da Silva Oliveira, mais conhecido como ‘Tora’, por sua atuação em crimes ambientais. Ele foi condenado por caça profissional, maus-tratos a animais silvestres e por integrar uma associação criminosa.

A pena estabelecida inclui 1 ano de reclusão e 5 anos e 3 meses de detenção, a ser cumprida em regime semiaberto, além de uma multa de 85 dias-multa. Apesar da condenação, Rosângelo aguarda os trâmites processuais em liberdade.

A Investigação Por Trás da Sentença

A decisão, divulgada no início de outubro, é um desdobramento das investigações conduzidas pela Operação Angry Bird, deflagrada em 2022. A operação foi fruto de uma força-tarefa do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em colaboração com outras forças de segurança.

A corte judicial considerou que a natureza dos crimes não pode ser minimizada, dada a extensão do dano ao ecossistema e a captura de espécies que se encontram em risco de extinção.

A Defesa se Pronuncia

Em nota oficial, o advogado de defesa de Rosângelo, Augustinho Borges, informou que já interpôs recurso contra a decisão. A defesa expressou confiança de que a condenação será revista, buscando o restabelecimento da verdade dos fatos e a absolvição de seu cliente, descrito como uma pessoa trabalhadora e sem envolvimento com atividades ilícitas.

Detalhes do Esquema Criminiso

De acordo com o processo, Rosângelo integrava um grupo criminoso que operava em diversas cidades da Zona da Mata e do Campo das Vertentes, incluindo Juiz de Fora, Lima Duarte e Barbacena. A organização era especializada na captura de aves silvestres, que eram posteriormente comercializadas em feiras livres no Rio de Janeiro, com foco nas cidades de Duque de Caxias e Petrópolis.

As investigações apontaram Rosângelo como um dos principais caçadores do grupo, sendo responsável pela retirada dos animais de seu habitat natural e pela preparação para o transporte, realizado de maneira cruel e degradante.

A Operação Angry Bird em Ação

A Operação Angry Bird foi lançada em 20 de maio de 2022, após um ano de detalhadas investigações do Gaeco. Naquela ocasião, oito indivíduos foram detidos e mais de 100 pássaros silvestres foram resgatados em ações coordenadas entre cidades de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.

Foram cumpridos um total de 13 mandados de prisão e busca e apreensão em Juiz de Fora, Lima Duarte, Bias Fortes e Duque de Caxias (RJ). O promotor de Justiça Alex Fernandes revelou que os investigados tinham no tráfico de animais silvestres sua única fonte de renda.

Além das acusações de tráfico e maus-tratos a animais, os envolvidos também foram indiciados por lavagem de dinheiro e comércio ilegal de armas de fogo, evidenciando a complexidade da rede criminosa desarticulada.

Fonte da imagem: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2025/10/31/investigado-na-operacao-angry-bird-e-condenado-por-caca-ilegal-e-maus-tratos-a-aves.ghtml