Em uma ação que agitou o país, a Polícia Civil desvendou um esquema complexo de tráfico de medicamentos abortivos e a venda de ‘consultoria’ para abortos por meio de grupos nas redes sociais. A megaoperação, deflagrada na última segunda-feira (8), mobilizou equipes em nove cidades brasileiras, revelando a extensão da rede criminosa.
Megaoperação em Nível Nacional
As ações coordenadas da polícia se espalharam por diversos estados. Em Santos Dumont, Minas Gerais, os agentes cumpriram um mandado de busca e apreensão, recolhendo celulares e conduzindo uma mulher à delegacia para prestar esclarecimentos, sendo liberada na sequência. Outras três pessoas foram presas em flagrante por tráfico de drogas em outros estados, sendo que uma delas possuía medicamentos abortivos.
As operações aconteceram em João Pessoa (Paraíba), Goiânia e Valparaíso (Goiás), Nova Iguaçu (Rio de Janeiro), Aracruz (Espírito Santo), Irecê e Itaguaçu (Bahia), Santos Dumont (Minas Gerais) e no Distrito Federal. Um verdadeiro cerco ao crime!
O Alerta: Um Caso que Acendeu a Chama
O fio da meada dessa investigação começou a se desenrolar em abril deste ano, quando uma mulher de Guaíba, no Rio Grande do Sul, precisou ser hospitalizada após passar mal e sofrer um aborto. Ela havia adquirido o medicamento e contratado o serviço de ‘assessoria técnica’ pela internet, mas sem a devida orientação, sua saúde foi seriamente comprometida. A equipe médica, desconfiada, acionou a Polícia Civil, que iniciou uma investigação detalhada.
A vítima, em depoimento, revelou ter ingerido Misoprostol e que a pessoa responsável pelas orientações online deixou de responder às suas mensagens, forçando-a a procurar ajuda médica devido às fortes dores.
Os Bastidores da Rede Criminosa
A investigação policial apontou que a organização criminosa era especializada no tráfico de medicamentos controlados, com destaque para o Cytotec (Misoprostol), uma substância de uso restrito a hospitais autorizados e que era comercializada ilegalmente. A ‘assessoria técnica’ oferecida pelo grupo incluía orientações e suporte às usuárias sobre como administrar o fármaco durante o procedimento abortivo.
Mais de 250 mulheres faziam parte do grupo, e a Polícia Civil identificou os administradores que controlavam a venda e o acompanhamento desses procedimentos ilícitos, atuando em diversos estados do país.
Próximos Passos da Investigação
Agora, o foco da Polícia Civil é aprofundar as investigações para esclarecer a participação de cada indivíduo no esquema. As autoridades também buscam entender a dinâmica completa da organização e, principalmente, apurar a origem do desvio desses medicamentos controlados, que só podem ser administrados em ambientes hospitalares e cuja comercialização em farmácias é estritamente proibida.
Fonte da imagem: G1