Justiça na Pista: Caminhonete de Luxo da Prefeitura de MG é Apreendida!

Uma caminhonete de luxo de R$ 350 mil, adquirida pela Prefeitura de Alto Rio Doce (MG), foi apreendida pela Justiça após ação do Ministério Público por suposta ilegalidade.
Compartilhe:

Luxo em Quatro Rodas, Mas a Lei Chegou

A decisão judicial que pegou a Prefeitura de Alto Rio Doce, no Campo das Vertentes, de surpresa: uma caminhonete de luxo foi imediatamente sequestrada pela Justiça. O veículo em questão? Uma Ford Ranger Limited 2025, avaliada em cerca de R$ 350 mil e equipada com um arsenal de tecnologia, como câmbio automático de 10 marchas, piloto automático adaptativo, câmera 360º e rodas de liga leve de 20 polegadas. Um verdadeiro carrão que agora está sob custódia.

O Braço da Justiça: MPMG em Ação

A medida drástica atende a uma Ação Civil Pública (ACP) iniciada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A mira do MP está voltada para o município, o prefeito Victor da Maria Alice (MDB) e a empresa Foco Automóveis Ltda., responsável pela venda do veículo.

Contrato Sob Questionamento e Possível Ressarcimento

O MPMG não está para brincadeira. O órgão busca a anulação tanto do contrato quanto da licitação que permitiram a compra, sob a alegação de ilegalidade na aquisição de um bem de luxo. A prática é proibida pela Lei 14.133/2021 e por um decreto municipal. Se a anulação não for viável, o pedido é claro: o prefeito deverá ressarcir ou indenizar a própria Prefeitura.

A Versão da Prefeitura: Necessidade ou Ostentação?

A Prefeitura de Alto Rio Doce, por sua vez, defende a aquisição, afirmando que a caminhonete foi comprada para “atender às necessidades operacionais do município”. Segundo a gestão, a região conta com mais de mil quilômetros de estradas de terra, uma topografia desafiadora e comunidades rurais de difícil acesso, justificando a robustez do veículo. A prefeitura já adiantou que irá recorrer da decisão.

O g1 tentou contato com a empresa Foco Automóveis Ltda., em Ipatinga, mas não obteve retorno.

A Visão do Promotor: Ostentação com Dinheiro Público

Para o promotor Vinícius Chaves, a compra da caminhonete é um símbolo de “ostentação e extravagância com dinheiro público”. Ele destaca o contraste com as condições precárias dos veículos utilizados pela população em serviços de saúde, que são “muito mais simples e, quando pouco, sem o menor conforto e dignidade”. O promotor questiona a real necessidade de adquirir “dois automóveis com atributos de motor de 250 cv, seis cilindros, com diversos acessórios caríssimos”, quando o mercado oferece “tantos outros modelos que pudessem atender as reais necessidades de um veículo com utilização em estradas de terra e vicinais”. A indagação aponta para um suposto excesso na escolha.

Estacionamento Exclusivo: Mais um Ponto de Conflito

Além da caminhonete, o MPMG levantou outro ponto polêmico: após a entrega do veículo, o prefeito teria mandado instalar placas de sinalização na Praça Doutor Miguel Batista Vieira, indicando a privatividade do estacionamento. O promotor critica: “Assim, a praça que é pública, da noite para o dia se tornou privativa, exclusiva, do prefeito de Alto Rio Doce. O bem, que é de uso comum do povo, tornou-se parcialmente afetado ao serviço público e sob utilização exclusiva do chefe do executivo, o qual simplesmente pode melhor estacionar o veículo como se particular ou dono dele fosse.”

A Resposta da Prefeitura de Alto Rio Doce na Íntegra

A Prefeitura reforça que a Ford Ranger é patrimônio do município, comprada para uso exclusivo da administração, e não propriedade do prefeito. Classificando-o como “ferramenta de trabalho”, não luxo, a gestão assegura que a compra seguiu um processo licitatório “aberto, transparente e competitivo”, conforme a Lei 14.133/2021, sem indicação de marca ou modelo. Documentos estariam no Portal da Transparência, atestando a lisura.

A administração reitera que os mais de mil quilômetros de estradas de terra, a topografia desafiadora e as comunidades distantes de Alto Rio Doce exigem um veículo “robusto, seguro e confiável”. A tração 4×4, potência e tecnologia, segundo a Prefeitura, não são luxo, mas “necessidade real” para atender a população rural em diversas condições. Aponta ainda que há modelos da mesma linha com valores superiores, reforçando a justificativa de eficiência.

A nota também menciona que o veículo atende às exigências obrigatórias para carros fabricados em 2025 no Brasil, citando itens como controle eletrônico de estabilidade (ESP), controle de tração, luzes diurnas (DRL) e alerta de cinto de segurança, além de airbag duplo e freio ABS desde 2014, garantindo “total segurança e plena conformidade legal”.

A gestão aproveita para destacar que, ao assumir em 2021, a frota da Saúde estava “sucateada”, com apenas cinco veículos utilizáveis – uma situação que, segundo a Prefeitura, era conhecida pelo próprio promotor. Em menos de quatro anos, mais de 20 veículos novos foram comprados para a Secretaria de Saúde, com itens como direção hidráulica e ar-condicionado, e mais de 30 veículos e maquinários pesados para outras secretarias, visando fortalecer a administração.

A nota ainda pontua que, nos últimos 4 anos e 6 meses, o prefeito usou seu veículo pessoal para demandas do município e viagens a Brasília, enfrentando estradas perigosas. Esse esforço, afirma a Prefeitura, contribuiu para dobrar o orçamento municipal. Conclui que “não há ostentação, há responsabilidade”, e que o veículo é uma “ferramenta de governo”.

Sobre a placa na praça, a Prefeitura esclarece que a vaga é para veículos oficiais, pois a sede não tem estacionamento, visando “segurança, organização e logística do serviço público”, e não uso particular do prefeito. Finaliza reiterando o foco em obras e serviços, afirmando que o veículo “pertence à Prefeitura, ao povo, as próximas gestões, e não ao Prefeito.”

Fonte da imagem: G1 Zona da Mata

Você pode gostar

Um idoso de 68 anos não resistiu aos ferimentos após o grave acidente com ônibus que invadiu um supermercado em Juiz de Fora.

Um monomotor de publicidade caiu no mar de Copacabana, resultando na morte do piloto Luiz Ricardo Leite de Amorim, de 40 anos. As causas são investigadas.

De acidentes impactantes a histórias de superação, relembre os fatos mais marcantes de 2025 que agitaram Juiz de Fora e a Zona da Mata, segundo a Revista ON.